Esta espécie é bastante sociável, formando grupos coesos de dimensões variáveis. Por norma, os grupos são formados por menos de 10 indivíduos, contudo animais de populações oceânicas podem formar grupos de maiores dimensões atingindo as centenas de indivíduos. Os roazes são ainda avistados com relativa frequência em grupos mistos compostos por outras espécies de cetáceos. O seu comportamento é também bastante variável. As populações costeiras são muitas vezes residentes enquanto as populações mais oceânicas apresentam por norma um comportamento migratório.

Alimentação: O golfinho-roaz é um predador generalista, a sua dieta pode incluir diversas espécies de cefalópodes, crustáceos e peixes tanto bentónicos como pelágicos, adaptando-se à disponibilidade e abundância dos recursos disponíveis. No estuário do Sado, o roaz alimenta-se de uma enorme variedade de presas, de entre as quais a enguia-europeia (Anguilla anguilla), o choco (Sepia officinallis), o polvo (Octopus vulgaris) e diversas espécies de mugilídeos. Para além destas estão ainda documentadas como possíveis presas diversas espécies de peixes, crustáceos e moluscos.

Reprodução: O acasalamento desta espécie pode ocorrer todo o ano, embora seja mais frequente entre a primavera e o verão. A gestação do roaz dura aproximadamente 12 meses. As crias nascem com uma dimensão de 1 a 1,30 metros e um peso aproximado de 90 kg. Após o nascimento a cria está completamente dependente da progenitora para se alimentar até aos 6 meses de vida, altura em que começa a ingerir alimentos sólidos. A maturidade sexual varia entre os sexos. As fêmeas atingem a maturidade sexual entre os 5 e os 13 anos de idade, enquanto os machos apenas atingem a maturidade por volta dos 9-14 anos de idade. A longevidade reprodutiva é também variável sendo reportadas fêmeas em idade reprodutiva com 48 anos e machos com cerca de 40 anos de idade.

Distribuição Mundial: O golfinho-roaz é uma espécie com uma distribuição bastante abrangente, sendo encontrado em águas oceânicas e costeiras das regiões temperadas e tropicais, evitando latitudes mais elevadas.

Distribuição em Portugal Continental: O golfinho-roaz pode ser avistado por toda a costa nacional. Esta espécie é conhecida no território nacional, sobretudo pela população residente no estuário do Sado. É também comum avistar esta espécie noutros locais, como o estuário do Tejo e a foz do Arade ou ao largo do Porto de Sines.

Sendo uma espécie muito costeira, o golfinho-roaz está sujeito a uma enorme pressão antrópica. A bioacumulação de poluentes, tais como metais pesados, pesticidas e fertilizantes são uma das principais ameaças a esta espécie, sobretudo para populações residentes em estuários, como é o caso da população do estuário do Sado. Destacam-se ainda outras ameaças como, a atividade portuária, que aumenta o risco de colisão com embarcações, a poluição acústica, a atividade piscatória que afeta a disponibilidade de presas podendo pontualmente originar a captura acidental e a pressão causada pelas embarcações de observação de cetáceos. O golfinho-roaz é uma espécie extremamente ativa à superfície, de fácil observação e que muitas vezes apresenta territórios definidos, fatores que facilitam a observação desta espécie, sujeitando-a a uma elevada pressão por parte das embarcações de observação de cetáceos.